Pode-se concluir que todo violinista/violista necessita ter consciência da importância do relaxamento muscular e corporal e do controle da respiração. Precisa saber, portanto, que a sua formação não deve ser pautada somente pelo estudo mecânico da técnica, das peças e do repertório. Existindo tensão muscular e física que gerem esgotamento psicológico, não será possível para o músico expressar-se adequadamente.
Cabe ressaltar, pois, a necessidade de se conhecer, por um lado, a influência e os benefícios da respiração e, por outro, a importância do aquecimento direcionado à prática instrumental com a realização de exercícios que desenvolvam a flexibilidade e o alongamento das articulações e dos músculos diretamente envolvidos no fazer musical de violinistas e violistas.
Podemos justificar tal necessidade, ao constatarmos que, com a prática diária do nosso instrumento, seja no estudo pessoal ou nos ensaios, realizamos uma combinação constante de contrações e de distensões dos músculos para gerar os movimentos. O problema decorrente é que, durante ou depois da nossa prática, existe predisposição para desenvolver o encurtamento muscular, que, segundo Di Alencar e Matias (2010), gera aumento do gasto energético, desestabilização da postura, utilização de fibras musculares compensatórias, compressão das fibras nervosas e perda acentuada da elasticidade muscular, causando cãibra e dor. Portanto, segundo Martín (2015), a realização regular de exercícios de alongamento permite manter a extensão e a longitude ideal dos músculos, favorecendo, assim, a sua elasticidade.
Que efeitos gera sobre o nosso corpo a prática dos alongamentos? Segundo Martín (2015), podemos constatar uma melhora na própria consciência corporal, permitindo uma coordenação mais eficaz dos movimentos na prática instrumental; uma diminuição da tensão muscular, sentindo-se o corpo mais relaxado; um favorecimento da circulação sanguínea e linfática, estimulando a circulação e a oxigenação do músculo e beneficiando, com isso, a recuperação física após o esforço.
Por outro lado, a realização dos exercícios poderá facilmente integrar-se à rotina do músico, já que as sessões chegam a ter uma duração mínima de cinco minutos. Dessa maneira, não se limita o tempo disponível para o estudo, sendo um elemento facilitador para que tais atividades formem parte do hábito diário do instrumentista.